O Laboratório Urbano do Barrio 20 apresentou o Manual de Adaptação Climática de Bairros Populares

Um painel em um palco
© CPAU

Na quarta-feira, 20 de agosto (2025), apresentamos o "Manual de Adaptação Climática de Bairros Populares" no Conselho Profissional de Arquitetura e Urbanismo (CPAU) da Cidade de Buenos Aires. Esta publicação aborda o desafio das mudanças climáticas por meio da autoconstrução e da ação comunitária, oferecendo ferramentas práticas para profissionais, organizações e moradores comprometidos com a melhoria da moradia em contextos de desigualdade urbana.

O evento foi coordenado por Roberto Frangella, Celeste Fisch e Carolina Jaroslavski, membros do programa Arquitetura para o Bem Comum do CPAU. Esta iniciativa promove uma arquitetura integrativa e socialmente engajada que coloca o bem comum no centro da prática profissional, fomentando experiências em moradia popular, espaços de formação, intercâmbio e assessoria, e respostas concretas às demandas dos setores mais vulneráveis.

Durante a apresentação, Jorgelina Hardoy explicou que o projeto Alianças para Transformação Urbana (TUC, na sigla em inglês) busca alcançar cidades zero carbono com justiça social, destacando o valor da governança urbana e do design colaborativo com atores locais. Florencia Almansi falou sobre a integração da dimensão ambiental no processo de reurbanização do Barrio 20, um processo (como tantos outros) inicialmente focado em infraestrutura "cinza", destacando o desafio de articular a participação social com as políticas climáticas. Daniel Kozak discutiu o conteúdo do manual, explicando que ele aborda duas escalas de intervenção: habitação e espaço público, facilitando sua aplicação prática. Ele destacou a colaboração com o programa Live Project da Universidade de Sheffield. Do ponto de vista da comunidade, Grecia Guzmán, arquiteta e moradora do Barrio 20, enfatizou o valor da participação real e a natureza prática e replicável do manual, comentando sobre o interesse que ele está gerando em diferentes espaços de trabalho. Por sua vez, Anabela Ullo, do Instituto de la Vivienda de la Ciudad, explicou como o projeto piloto do Barrio 20 influencia as políticas públicas, permitindo a modificação dos editais de licitação para incluir critérios ambientais e de mudanças climáticas, como tinta refletiva e jardins de chuva.

Para encerrar, Celeste Fisch destacou o valor do manual como resultado de um processo coletivo que combina conhecimento técnico e comunitário e transcende o formato impresso. Ela também defendeu uma perspectiva ambiental focada na melhoria da qualidade de vida, para além dos discursos catastrofistas.

A discussão subsequente com o público focou na escalabilidade do manual em diferentes regiões da Argentina e na educação ambiental como ferramenta fundamental nos processos de reurbanização. Diversos palestrantes destacaram a utilidade prática do manual e propuseram sua disseminação em bibliotecas de bairro. A sessão inteira foi gravada e compartilhada na seção Conversatorios, Encuentros en la Biblioteca, no canal de Youtube do CPAU.