Em Teresina, cidade com 871 mil habitantes, o local escolhido para desenvolver o projeto foi o Residencial Edgar Gayoso, um conjunto habitacional popular distante do centro da cidade e que apresenta alta vulnerabilidade socioeconômica. As cerca de 450 famílias residentes não têm acesso a equipamentos públicos, serviços e espaços urbanos de qualidade próximos de casa.

Vista aérea de um empreendimento urbano inclusivo em Teresina, Brasil. © Paulo Sérgio / WRI Brasil
Teresina, Brasil
Teresina é a capital do estado do Piauí, no nordeste do Brasil. A cidade extremamente quente e seca faz parte do semiárido brasileiro, uma área ameaçada pela desertificação.

O Índice de Vulnerabilidade do Banco de Desenvolvimento da América Latina aponta Teresina como uma cidade com risco muito alto de exposição a mudanças climáticas e eventos extremos. Além disso, o Nordeste brasileiro é conhecido por enfrentar problemas de segurança alimentar.
Assim como muitas outras cidades do Brasil, Teresina enfrenta desafios para oferecer moradia adequada e acessível. Para resolver o problema, a cidade adotou o programa de habitação social Minha Casa, Minha Vida do governo federal. Esse programa previa o subsídio para aquisição de moradias por famílias de baixa renda. No entanto, o desenho da política não trouxe garantias quanto à localização das novas moradias construídas sob a iniciativa. Isso resultou na construção de vários conjuntos habitacionais em locais mais baratos, longe do centro da cidade. A alta vulnerabilidade de Teresina às mudanças climáticas afeta particularmente grupos de pessoas negras e indígenas que vivem nesses bairros de baixa renda.
Contexto
Em Teresina, o Laboratório Urbano está localizado no Residencial Edgar Gayoso, um conjunto habitacional distante do centro da cidade e com falta de acesso a serviços básicos e espaços públicos.
São mais de 450 residências praticamente isoladas no Residencial Edgar Gayoso. Há precariedade de acesso dos moradores a equipamentos e serviços públicos, espaços verdes e de lazer, oportunidades de emprego e geração de renda ou transporte público confiável. A população apresenta alta vulnerabilidade socioeconômica e, ainda que pouco ou nada contribua para as mudanças climáticas, sofre desproporcionalmente com seus efeitos.

Participantes da Oficina de Mapeamento Participativo em Edgar Gayoso, Teresina. © Paulo Sérgio / WRI Brasil

Melhorando o bairro através da construção de espaços comunitários multifuncionais. © Paulo Sérgio / WRI Brasil
O Laboratório Urbano
Durante o primeiro ano do projeto, muitas pessoas e instituições se engajaram na formação de uma aliança local com forte participação da comunidade. O grupo é formado por representantes do poder público, academia, iniciativa privada e sociedade civil, incluindo moradores do residencial.
Depois de estudar os problemas que a comunidade enfrenta e consultar suas necessidades e desejos, a aliança está organizada e atuando no residencial para criar de forma inclusiva e colaborativa soluções que atendam aos desafios atuais e futuros.
O projeto catalisador e as intervenções estratégicas no Residencial Edgar Gayoso impactarão positivamente os meios de vida e a resiliência dos moradores. Além disso, a arborização com espécies nativas reduzirá os efeitos do calor, que atualmente são agravados pela falta de áreas verdes. Um objetivo final é reduzir as emissões, diminuindo as necessidades de deslocamento por meio da criação de oportunidades de lazer e emprego no próprio bairro.
Quem participa da aliança
- Agenda 2030, Secretaria Municipal de Planejamento (SEMPLAN/PMT)
- Associação de Moradores do Residencial Edgar Gayoso (AMREG)
- Centro de Eficiência em Sustentabilidade Urbana (CESU/Teresina)
- Cidade Pesquisa
- Departamento de Construção Civil e Arquitetura (DCCA/UFPI)
- Instituto de Arquitetos do Brasil – Piauí (IAB-PI)
- Núcleo de Estudos do Projeto de Arquitetura (NUARQ/UFPI)
- Ordem dos Advogados do Brasil – Piauí (OAB-PI)
- Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (SEMCASPI/PMT)
- Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SEMDUH/PMT)
- Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMAM/PMT)
- Superintendência de Ações Administrativas Descentralizadas Norte (SAAD Norte/PMT)
- Superintendência de Parcerias e Concessões do Estado do Piauí (SUPARC/PI)
- Moradores do Residencial Edgar Gayoso
- Sociedade Civil
Contato: alianca.edgargayoso@gmail.com
Instagram: @alianca.edgargayoso