Evento de Jovens do Centro de Ação para o Empoderamento Climático durante as Reuniões sobre o Clima de Junho

Duas mulheres sentadas atrás de uma mesa com microfones em uma sala de conferências
ACE oficina © Arianna Flores Corral / UNU-EHS

À medida que os efeitos e impactos das mudanças climáticas se intensificam, torna-se cada vez mais importante considerar o legado que estamos deixando para as gerações futuras. Hoje, o mundo abriga 1,8 bilhões de jovens entre 10 e 24 anos de idade – a maior geração de jovens da história. Para visualizar, o número de jovens é maior do que as populações da China e dos EUA somadas. Esta geração está perfeitamente consciente dos desafios e riscos trazidos pela crise climática e os jovens já se tornaram importantes defensores da ação climática e da justiça. Com o objetivo de melhorar as competências dos jovens relacionadas à defesa de direitos e construção de alianças, e inspirados pelo processo e insights do projeto Alianças para Transformação Urbana, nos dias 5 e 7 de junho, a UNU-EHS e a ONU Mudanças Climáticas organizaram um workshop de capacitação com 46 participantes de todo o mundo.

Todos com histórico de ativismo climático, os participantes tiveram a oportunidade de melhorar suas competências relacionadas à defesa de direitos e construção de alianças, ao promover a ação climática em nível local e subnacional para audiências globais. Especialistas da ONU em desenvolvimento de capacidades para transformações urbanas e profissionais da comunicação climática conduziram o treinamento presencial usando uma abordagem de aprender fazendo. O treinamento mobilizou as necessidades compartilhadas dos participantes em direção à cocriação de chamadas para a ação e defesa de soluções. Com base em seus desafios mais urgentes, os participantes trabalharam juntos em cinco grupos, abordando as seguintes necessidades de ação compartilhadas: percepção de falta de poder (formigas), frustração com ações atrasadas (guepardos), decepção por não verem progresso (pica-paus), sentimento de não estar em sintonia sobre o que precisa ser feito (baleias) e dificuldade para acessar financiamento (abelhas).

Os participantes percorreram uma jornada contínua de aprender fazendo, que incluiu dez ferramentas e uma dinâmica no estilo de um hackathon:

  1. Narrativa ABT (e, mas, portanto): como refinar uma história/mensagem em uma estrutura básica de 3 partes que inclui a configuração das necessidades (e), uma contradição (mas) e uma consequência (portanto).
  2. Como formular os desafios como narrativas e contação de histórias: explorar o papel central da narrativa e da contação de histórias na experiência humana, examinar este formato específico de mensagem e sua capacidade única de superar outros formatos como método de engajamento, plataforma de aprendizagem, tecnologia de coordenação e ferramenta para mudança.
  3. Estrutura AIM: como identificar A – público-alvo, I – Intenção da iniciativa e M – mensagem. Este modelo identifica os elementos essenciais para criar narrativas mais bem estruturadas.
  4. Mapeamento de atores: como reconhecer sua influência ao mapear redes para conectar e incentivar trocas e networking entre jovens, abrangendo partes interessadas locais e internacionais.
  5. Regra dos 6 apertos de mão (seis graus de separação): como identificar potenciais públicos-alvo e como chegar até eles em menos de “seis apertos de mão”.
  6. Talkshow: como falar publicamente sobre seus desafios e resultados, representando um grupo.
  7. Masterclass de comunicação transformadora: a sessão teve como objetivo promover a compreensão dos participantes sobre com quem estão falando, por que isso é importante, como apresentar questões com as quais os outros possam se identificar, e como a contação de histórias pode servir como um “superpoder” para atingir estes objetivos.
  8. Simulação de Alianças para Transformação: como acelerar a atividade, criando colaboração entre um grupo diversificado de atores, proporcionando um espaço neutro para troca de pontos de vista, experimentação e aprendizagem conjunta sobre como compartilhar uma preocupação específica em meio a incertezas e necessidades urgentes de ação.
  9. Pitch de elevador: como roteirizar e entregar sua mensagem de forma eficaz em 40 segundos, incluindo uma explicação de suas necessidades, resumo das evidências, apresentação de sua aliança e chamada para ação.
  10. Feedback significativo: como receber feedback relevante e construtivo como chave para a melhoria constante e o reconhecimento dos esforços do trabalho em equipe.

Após dois dias intensos de trabalho conjunto, todos os participantes do workshop compartilharam comentários e discutiram como aplicar estas ferramentas em seus contextos locais e replicar o conhecimento adquirido. Entre suas reflexões, os participantes enfatizaram a importância da comunicação e das alianças como ferramentas para fazer avançar a ação climática e engajar mais pessoas neste trabalho, independentemente de sua idade ou posição. O grupo expressou que, não importa o quão pequeno, lento, teimoso, incompreendido ou sem recursos alguém possa se sentir, há sempre um caminho a seguir quando nos unimos para resolver um problema! Para a UNU-EHS, a realização deste workshop serviu para testar este conteúdo e metodologia em formato presencial. Como próximos passos, a UNU-EHS levará em consideração o feedback recebido para melhorar esta abordagem de capacitação, a fim de compartilhar sua experiência em comunicação transformadora e construção de alianças com outros públicos globais na COP29 em Baku, Azerbaijão, em novembro próximo.