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Nos dias 26 a 28 de agosto, a Comissão de Preservação Ambiental, Mudanças Climáticas e Proteção Ecológica do Congresso da Cidade do México convocou o "Parlamento do Meio Ambiente 2025", um evento de três dias para o qual a presidente da Comissão, Elvia Guadalupe Estrada Barba, e o secretário técnico, Ramón Cruz Aquino, convidaram o Instituto de Meio Ambiente e Segurança Humana da Universidade das Nações Unidas (UNU-EHS).
O Parlamento proporcionou um espaço de diálogo, aprendizado, disseminação e troca de ideias sobre proteção, manejo, restauração e conservação ambiental, mitigação e adaptação às mudanças climáticas, proteção ecológica e bem-estar animal, e reuniu propostas para abordar os desafios socioambientais da Cidade do México. O primeiro dia incluiu uma apresentação da organização da sociedade civil Alianza Juvenil por la Sostenibilidad (AJUVES) sobre a agenda ambiental do México, observando tanto o avanço quanto as lacunas na legislação atual e sua aplicação. No segundo dia, a Secretaria de Meio Ambiente da Cidade do México (SEDEMA) apresentou as prioridades ambientais estratégicas da cidade, seguidas de perguntas dos congressistas sobre sua implementação local, com atenção especial às regiões sul e leste da cidade.
O projeto TUC vem ajudando a criar espaços onde atores de diferentes setores, incluindo residentes, possam explorar atividades e soluções para enfrentar desafios como ondas de calor frequentes e os efeitos das ilhas de calor urbanas, conforme visto no município de Naucalpán. Localizado na região metropolitana noroeste da Cidade do México, este Laboratório Urbano trabalha para integrar medidas de adaptação climática e, ao mesmo tempo, revitalizar espaços públicos como a Plaza Revolución.
No dia 27 de agosto, segundo dia do Parlamento, Andrea Ramírez Agudelo e Alejandra Ramos Gálvez, pesquisadoras da UNU-EHS, realizaram uma sessão de capacitação intitulada "Meio Ambiente e Cidades: Restauração Urbana Sustentável", que introduziu o projeto Alianças para Transformação Urbana aos participantes por meio de um exercício de backcasting. Para tanto, foi apresentada uma ferramenta incluída na Caixa de Ferramentas do TUC: Ferramentas para Tecer Futuros Urbanos do projeto Alianças para Transformação Urbana, que parte de uma visão clara de um futuro desejado e trabalha de trás para frente para identificar as ações necessárias para concretizar esta visão. Os participantes se engajaram no exercício por meio de cinco etapas:
- Identificação de desafios e exemplos inspiradores para a Cidade do México, fazendo uso de experiências internacionais, soluções baseadas na natureza e estratégias para promover a restauração de terras urbanas, atentando-se para a importância da coerência entre estruturas, políticas e implementação. Esses pontos foram baseados em lições aprendidas com os laboratórios urbanos do projeto TUC e materiais do curso Trigger Change! Innovations in Sustainable Urban Land Restoration, desenvolvido com a UNCCD e a G20 Global Land Initiative.
- Escolha de um perfil de atuação para a construção de alianças diversas; a maioria dos participantes assumiu os papéis de "defensores do meio ambiente" e "visionários locais", enquanto menos pessoas escolheram o papel de "fazedores de acordos".
- Visualização da Cidade do México em 2050 por meio da redação de manchetes de jornais, muitas das quais destacaram o sucesso da cidade como líder global em inovação na gestão hídrica.
- Priorização de estratégias e decisões com potencial transformador, incluindo o fortalecimento da infraestrutura hídrica e o avanço da educação ambiental em todos os níveis de forma inclusiva, superando a perspectiva de que o conhecimento é "apenas para especialistas". Cenários em que os desafios persistiram ou pioraram também foram discutidos.
- Voltando ao presente, os participantes criaram manchetes de jornais ambientadas em 2025 para capturar como começa a trajetória da cidade em direção ao desenvolvimento resiliente, com ênfase na expansão de áreas verdes, melhoria de espaços públicos e apoio a populações vulneráveis.
Este exercício, embasado pelo projeto TUC e com a participação de cerca de 60 representantes do congresso, ressaltou a importância dos diálogos para compartilhar perspectivas diversas, criando oportunidades de pesquisa para orientar a formulação de políticas públicas, e promovendo a integração de conhecimentos diversos em processos de tomada de decisão mais transformadores.
A caixa de ferramentas é resultado de intensos anos de trabalho de todo o Consórcio TUC, e seu lançamento inicial está previsto para a COP30 Brasil - Amazônia em 2025, em Belém. Seu objetivo é promover a criação de cidades inclusivas e participativas, engajando uma ampla gama de atores no desenvolvimento de ações climáticas que impulsionem mudanças tangíveis. Ela reúne um conjunto selecionado de abordagens e ferramentas, estruturado em torno de cinco etapas para Tecer Futuros Urbanos: (1) construir e apoiar uma aliança de base local, (2) desenvolver uma compreensão compartilhada do contexto local, (3) criar uma visão compartilhada para o futuro, (4) formular estratégias e mecanismos de implementação e (5) aprender fazendo e aprender com a ação. A caixa de ferramentas é também enriquecida com experiências e lições dos cinco laboratórios urbanos do projeto TUC, onde as ferramentas foram testadas, melhoradas e adaptadas em contextos do mundo real.
O "Parlamento do Ambiente 2025" terminou no dia 28 de agosto com uma sessão plenária onde os representantes do congresso apresentaram diversas propostas. Além de seu encerramento formal, o evento demonstrou o valor de tais espaços na formação de futuros urbanos mais sustentáveis, onde as lições aprendidas através de iniciativas como o projeto TUC podem ganhar escala e informar diálogos sobre políticas públicas. O evento também ressaltou a importância de arenas inclusivas para discussão, possibilitando decisões capazes de abranger diferentes níveis de governança, e abordar questões ambientais e climáticas. Conforme destacado durante o Parlamento e demonstrado nas propostas, a cidade enfrenta desafios urgentes de gestão hídrica, mas outras questões, como ondas de calor, não devem ser negligenciadas e podem ser integradas em medidas futuras.